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Manifesto e Programa

“O Manifesto e o Programa aqui apresentados foram construídos coletivamente e irão permanecer sempre abertos a sugestões e correções que não firam o republicanismo e a construção democrática que são o seu cerne.”

 

 

 

manifesto

O Brasil, diferente do que acontece em países democráticos, vem sendo assolado por dois inimigos simultaneamente, a covid 19 e o governo federal. A pandemia faz parte do inexorável, mas já transformou a rotina das nossas vidas e da Faculdade, e seguramente comprometeu o ano letivo. Ela nos atingiu no cerne uma vez que nossa vocação sempre foi e sempre será de aulas presenciais. Professores, alunos e funcionários tiveram de se adaptar a esses tempos, fazendo todo o possível para mitigar os danos acadêmicos e administrativos. Já o atual mandatário do país, ainda que reflita o posicionamento de um certo grupo de pessoas, revela a cada dia absoluta e total incompetência na gestão da coisa pública, principalmente na saúde, na educação, na cultura e no meio-ambiente. Importa que a pandemia seguramente irá colocar a FFLCH, num futuro próximo, diante de desafios importantes no que concerne à estrutura física e à carência de professores e funcionários. Já o governo federal está capitaneando um ataque sistemático às instituições democráticas e, em particular, às Humanidades, fato que pode nos atingir perigosamente: redução de bolsas e de cotas para a pós-graduação (Proex e Proap), afora a ameaça à nossa liberdade de expressão. Nossa Faculdade, por ser matriz e se encontrar no epicentro dos cursos de graduação e de pós-graduação em Humanidades no país, tende a ser alvo preferencial de sua sanha persecutória. Esses desafios fazem do atual momento eleitoral algo de muita importância.

O período que antecedeu a gestão da FFLCH (2016-2020) foi difícil. As relações intra- e inter-setores da comunidade universitária estavam absolutamente esgarçadas, o que poderia nos levar à completa fragmentação. Programas e desejos particulares impunham-se como gerais. Nossa Faculdade de Filosofia esfacelava-se: a convivência entre estudantes e professores; entre professores e funcionários e entre nossos cursos era invariavelmente acometida por um desejo de separação. A falta de tolerância era moeda corrente; a insatisfação, generalizada. Tudo isso chegou aos limites da violência física e, não com menor importância, aos da agressão moral. O embate eleitoral entre Osvaldo Coggiola/Tânia Macedo e Maria Arminda/Paulo Martins reflete claramente pelo menos uma grande divisão dentre as diversas que tínhamos em julho de 2016. O pleito, ao nosso ver, logrou empatado – três votos em duas centenas separavam as chapas.

A atual gestão – com apoio de muitos professores, alunos e funcionários – procurou recosturar nosso tecido social a fim de atingirmos outro patamar de convivência. Alcançamos os objetivos? Talvez. Afinal, desacordos houve, divergências há e o dissenso há de ser sempre nosso leitmotiv. Entretanto, o compromisso com a instituição imperou no mais das vezes. Nossas Congregações, a despeito de cizânias esperadas e necessárias, produziram consensos importantes. Entre eles estão um sólido Projeto Acadêmico importante, democraticamente construído; uma grave ação contra a delapidação do patrimônio do Estado; uma imperiosa valorização do diálogo; enfim, sob nossa perspectiva, começamos esta campanha eleitoral com a Faculdade muito mais unida e pacificada do que começamos a anterior. As exacerbações da paixão – não como objetivo, mas como meio – foram preteridas em nome de uma práxis cuja relevância reside na valorização das relações interpessoais e institucionais.

Invariavelmente confunde-se gestão com burocracia. No caso das universidades isso é descabido, pois em qualquer nível é função do gestor atender as atividades-fim: a formação de profissionais capacitados (docência), a produção de conhecimento (pesquisa) e a interação constante com a sociedade (extensão), ou seja, o tripé da educação superior. Para tanto toda gestão deve estar deve estar balizada num projeto. Nosso projeto acadêmico deverá sempre estar resguardado por uma ação coordenada de políticas acadêmicas.  Suas metas construídas a partir dos docentes, dos departamentos e da unidade são prioridade sine qua non. Afinal tais metas serão qualitativa e quantitativamente avaliadas e não podemos nos fiar na descrença da cobrança, que certamente virá. Nesse sentido, os eixos para a graduação, a pós-graduação, a cultura e extensão, a pesquisa e a cooperação internacional são fundamentais. Não podemos em hipótese alguma imaginar que os textos lavrados por todos nós são letra morta; ao contrário, devem nortear nossas ações a fim de garantir uma avaliação, institucional e docente, que contemple efetivamente o que fazemos, nosso ofício a que reputamos de excelência.

A Congregação da FFLCH, nesses últimos quatro anos, pela primeira vez, construiu critérios consensuais para a distribuição de claros docentes, seja em nível de doutores, seja em nível de titulares. Tivemos que acatar novos parâmetros com o fim de uma política de reposição automática de egressos (por aposentadoria, exoneração ou falecimentos). A crise econômica também chegou à Universidade e esta, em reação proativa, restringiu contratações de professores e congelou a de funcionários. Muito desacerto foi afastado em nome de nossa unidade, que passou a adotar critérios solidários, universais e duradouros de redistribuição de claros. Entretanto, precisamos avançar mais. Novas dificuldades apareceram, e embora tenhamo-nos adaptado aos critérios impostos, o atual contexto de pandemia levou à suspensão de todos os concursos para doutores e titulares, e adiou a nomeação dos aprovados em concursos de livre docência para o ano de 2022. Isso significa que o corpo docente não terá qualquer renovação ao longo do próximo biênio.  A aplicabilidade da Lei Complementar 173 de 27 de maio de 2020, no que se refere ao artigo 8o, incisos I e X, é matéria controversa, afinal algumas Instituições Federais de Ensino Superior a desconsideram para fins de  progressão na carreira, mesmo quando decorrente do fator tempo e, nesse sentido, todos os processos relacionados à progressão funcional dos docentes irão manter seu fluxo normal, continuando a ser analisados e operacionalizados ; tal compreensão não é comungada por algumas Instituições Estaduais de Ensino Superior, como é o caso das Estaduais Paulistas. A progressão na carreira, assim como os concursos, nos são matéria sensível, de forma que é fundamental um acompanhamento diuturno das discussões sobre o assunto nas instâncias superiores da Universidade.  

O equilíbrio entre doutores e titulares é essencial para nos entendermos como FFLCH, una e coesa. Temos de atingir o patamar dos 22% de titulares em todos os departamentos. Mas estamos igualmente engajados na recomposição do corpo docente que, nos últimos anos, vem amargando perdas significativas e sobrecarga de responsabilidades acadêmicas.  Discrepâncias devem paulatinamente ser corrigidas e isso significa uma ação contundente junto à reitoria, pautada por um respeito construído com trabalho. Portanto, vale considerar que o consenso criado não significa dizer que concordamos docilmente com os números a nós atribuídos pela CAA – Comissão de Atividades Acadêmicas da Reitoria –, ou com os critérios estabelecidos por ela. A FFLCH mantém o compromisso de propor à Universidade uma reflexão crítica desses parâmetros, sensível à grandeza de seus números, à diversidade interna de suas atividades e a seu impacto acadêmico.

A valorização do espaço público, com ações de conservação e manutenção, é algo que pretendemos enfatizar, dando continuidade ao trabalho realizado pela atual gestão.  A recuperação dos prédios Eurípedes Simões de Paula (Geografia e História) e de Ciências Sociais e Filosofia são iniciativas importantes, já que para muito além da preservação do patrimônio, atua claramente no resgate das relações em comunidade e da dignidade. É fundamental, por outro lado, que se envide esforços para montagem de um auditório no prédio Antonio Candido (Letras), hoje carente desse espaço acadêmico. Está entre nossos objetivos resgatar o projeto do prédio de pesquisa da Faculdade, aprovado em 2010, mas cuja execução foi suspensa em 2014; e ainda, se possível, transferir a administração para as proximidades do conjunto didático.

Nosso nó maior, a questão funcional, foge completamente à nossa alçada, pois é reflexo, de um lado, de nossa política de pessoal (que se construiu historicamente) e, de outro, de um congelamento de contratações e de um PIDV – Programa de Incentivo à Demissão Voluntária – mal organizado. O PIDV nos “cortou a carne”, seu facão foi indistinto e aleatório e não só colapsou o HU como ceifou da USP um quadro funcional especializado. Nossos funcionários mais experientes se aposentaram. Diferentemente de outras unidades, antes dessa etapa a FFLCH já tinha uma das mais baixas taxas de funcionário por professor (0,8/0,9) e hoje estamos próximos dos 0,5. Há que saber que não são poucas as unidades em que essa taxa ultrapassa a de 3 funcionários por professor. Nossos números: em 2019 tínhamos 329 funcionários, hoje 297.

 Por outro lado, a FFLCH – histórica e justamente – teve uma postura que sempre colocou em destaque a vontade de permanência do funcionário na unidade. Acreditamos que é pouco produtivo contar com a colaboração de funcionários que estejam alocados onde não quereriam estar. Assim, as transferências eram liberadas sem que recebêssemos a contrapartida. Entretanto, a não ser que mudemos essa posição, em pouco tempo, serviços e setores da Faculdade não irão mais funcionar. Dentre os setores mais afetados estão os programas de pós-graduação que sofrem com a carência de funcionários e secretarias de Departamentos também estão desfalcadas.

 

O que fazer? De um lado, devemos abrir uma discussão interna a fim de pontuar onde existem carências e onde haveria a possibilidade de realocação e elaborar um projeto de recapacitação, buscando transferir os interessados de acordo com sua vontade, necessidades e nossa atividade fim. Por outro lado, é mister abrir um diálogo franco e aberto com diretores de outras unidades para que façam liberação de quadros que estão sendo oferecidos no Boportuni – Banco de oportunidades da USP. Ainda que a conjuntura nos seja adversa no que se refere à contratação de funcionários, a gestão irá se empenhar para que nosso quadro funcional seja recuperado aos patamares anteriores aos PIDVs.

Vencemos, nos últimos quatro anos, a questão das cotas. A articulação política da FFLCH, por intermédio de nossa diretora e do nosso representante no Conselho Universitário, fez com que a tese por nós defendida e construída na Congregação fosse aceita como ponto de partida para essa mudança radical em toda USP. A FFLCH regeu a Universidade com sua expertise nessa área, já que sabemos que as cotas aqui são discutidas desde os anos 90. A aprovação da política de inclusão na USP fez com que a Faculdade agisse prontamente para garantir permanência de nossos estudantes. O PLEA – Programa de Leitura e Escrita Acadêmica – foi garantido e foi criado o PAECO – Programa de Acolhimento do Estudante Cotista. Não podemos esquecer ainda que a FFLCH mantém há anos um apoio institucional a bolsas de IC que são distribuídas pela CPq (70 bolsas) em complementação às bolsas PIBIC e PUB. Nossa vida acadêmica, em muitos aspectos, é garantida pela atuação de um grande número de monitores (atualmente 134) e estagiários (64). Ainda que estas ações sejam importantes, outras devem ser programadas, afinal, pelo menos nos próximos dois anos não temos como apostar numa melhoria de políticas públicas que garantam aos mais pobres a retomada de patamares outrora conquistados.

Uma FFLCH republicana e democrática só poderá ser construída se houver diálogo permanente entre as entidades representativas de docentes, alunos e funcionários. O diálogo há que ser entendido não como engajamento da direção a pautas específicas de cada setor, mas como norte fundamental a ser seguido. Afinal Sindicatos e Centros Acadêmicos são instituições autônomas, regidas por suas práticas próprias assim como as instâncias decisórias da Faculdade de Filosofia e da Universidade também são autônomas e estão amparadas por normas próprias que a diretoria deve acatar, ao mesmo tempo que deve zelar por elas em nome da probidade administrativa. Entretanto, a interlocução dessas instâncias institucionais pode nos levar por caminhos interessantes. Duas ações promovidas pelos Centros Acadêmicos e o DCE foram apoiadas pela direção em 2019, com a participação de muitos professores e estudantes: o “FFLCH na Rua” e o Seminário “Universidade e Liberdades Democráticas”. Tais ações, em sintonia com a pauta do movimento estudantil, atenderam de maneira precisa o lugar de interlocução da Faculdade com a população. Portanto, temos de ampliar este tipo de ação bi- ou multilateral.

 Uma FFLCH republicana e democrática só poderá ser construída se mantivermos o diálogo com a Universidade como um todo. Nossas posturas nos Conselhos Centrais (CoG, CoPGr, CoPq, CoCEx) e no Conselho Universitário são essenciais. Muitas vezes, nossos interlocutores institucionais não têm a menor ideia de nossa dimensão, não sabem como nossas pesquisas são qualificadas nacional e internacionalmente, desconhecem nossa pós-graduação, não compreendem nossas ações de extensão e cultura. É imperioso, portanto, que a FFLCH esteja sempre presente nesses conselhos, bem como no Conselho Universitário, articulando-se politicamente. Fica claro daí que as presidências das nossas CG, CPG, CPq e CCEx devem ser os arautos de nossas decisões políticas, amparadas na Congregação e nas Comissões. Sua atuação conjunta com a direção e a representação da Congregação no CO constituem algo fundamental em nossa visibilidade institucional.

Ao fim e ao cabo, uma FFLCH republicana e democrática só poderá ser construída se mantivermos o diálogo com a sociedade.  Ainda que para a maior parte de nós é óbvia nossa relevância para a sociedade, isto seguramente não é tão claro assim. No momento político que vivemos hoje, sob o jugo de políticas obscurantistas e pouco democráticas, a universidade pública, na verdade, vive um ataque constante. Nesse sentido, algumas ações são importantes: responder publicamente à sociedade, esclarecendo (sempre que necessário) nosso ofício, não franquear aos nossos detratores quaisquer munições contra nós e não admitir que agressões fiquem sem a devida resposta em nosso campo de atuação – o discurso altivo e vigoroso. Resumindo, nossa postura deve atender à interlocução com a sociedade, de sorte que nos reconheçam a importância e reverter qualquer tipo de acusação que nos seja feita injustamente. A Universidade é uma instituição autônoma e essencialmente diversa. O conhecimento científico construído de maneira crítica exige respeito e cuidado. O saber intelectual e acadêmico é um patrimônio de toda a sociedade, e a FFLCH não abrirá mão de sua independência e liberdade de expressão. Cabe a ela zelar pelo direito constitucional à educação garantido a todos e as cidadãs e cidadãos do nosso país.   

Esta é nossa tarefa e nela nos empenharemos.

programa

Graduação

A Graduação da FFLCH representa um grandioso patrimônio profissional e acadêmico, construído ao longo de quase nove décadas. A qualidade e reconhecimento dos cursos, a multiplicidade de disciplinas e a amplitude de formações e habilitações estão calcados no significativo nível do corpo docente, constituído majoritariamente por professores em Regime de Dedicação Integral e Exclusiva (RDIDP). Os cinco cursos de graduação – Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História e Letras – onde estão sediados os atuais onze departamentos, reúnem aproximadamente 400 docentes e 11 mil alunos ativos. A Graduação da FFLCH conta com o apoio de funcionários técnico-administrativos especializados, distribuídos nas Secretarias e Seções de Alunos da Faculdade, que possibilitam a viabilização dos cursos.

Nos últimos cinco anos a ampliação do ingresso na USP por meio do SiSu, e a adoção da política de cotas PPI, permitiu o acesso e inclusão de um grande contingente de estudantes oriundos das escolas públicas, notoriamente diversos, das mais variadas partes do Brasil. Cabe fundamentalmente à Comissão de Graduação elaborar e aprimorar políticas de permanência e acolhimento a esses jovens estudantes, bem como desenvolver projetos inter e transdisciplinares que visem ultrapassar os limites dados pela especialização de carreiras.

A Comissão de Graduação tem por função também representar a FFLCH nas instâncias superiores da USP, Pró-Reitoria de Graduação, Conselho de Graduação e atuar como interlocutora da Faculdade junto ao Conselho Estadual de Educação, responsável pela validação dos cursos de Graduação do estado de São Paulo, tarefas que deverão ser mantidas com o mesmo grau de eficiência desempenhado pelas gestões anteriores.

Os desafios da nova realidade de 2020, durante e após a pandemia da covid-19, serão enfrentados com a máxima dedicação e informação científica adequada, sempre com o objetivo de proporcionar aos docentes, estudantes e funcionários ligados à Graduação o respeito e o acesso ao conhecimento democrático e inclusivo, sem prejuízo de qualidade.         

 
Metas

 

  • a. fortalecer as políticas de inclusão e acolhimento dos estudantes oriundos de escola pública e ingressados via cotas PPI (SiSu e FUVEST);

  • b.  manter e aprimorar a interlocução com as instâncias da Pró-G, CoG e CEE-SP para garantir a estabilidade no processo de avaliação e reconhecimento dos cursos;

  • c. aprofundar a relação entre os cinco cursos e os onze departamentos, a partir de projetos em desenvolvimento como o PLEA (Prática de Litura e Escrita Acadêmica) e outros que venham a surgir;

  • d. atuar para adequação das condições para a manutenção das atividades remotas enquanto durar o distanciamento social;

  • e. preparar o retorno às aulas presenciais no momento adequado;

  • f. intensificar as relações com a pós-graduação, pesquisa e extensão da unidade e da Universidade;

  • g. elaborar um estudo sobre a criação de novas habilitações de caráter transversal a fim de que tenhamos novas modalidades de cursos, entretanto sem ônus para o pessoal docente tampouco criação de novas vagas e disciplinas.

 

Pós-graduação

O setor de Pós-Graduação da FFLCH possui 23 Programas distribuídos em todas as áreas de conhecimento que abrangem a Faculdade. Um dos principais desafios consiste na elevação das notas de avaliação a um nível que expresse a real importância dos trabalhos e atividades desenvolvidas na FFLCH. Nesse sentido, é preciso encontrar maneiras de intensificar políticas de apoio acadêmico e institucional para todos os nossos programas de Pós-graduação.
No nível acadêmico, implementação de políticas de inclusão e internacionalização contribuem para a melhoria e consolidação de nossos índices de avaliação. No entanto, há muito a ser executado no nível institucional, com implementação de ações como: redistribuição mais equitativa de funcionários nos diversos departamentos da Faculdade que atuem de modo mais intenso nas questões da pós-graduação, criação de setor especializado que possa fornecer apoio para, entre outras coisas, preenchimentos de relatórios em plataforma de avaliação, apoio para confecção de projetos para participação de editais, etc.
As Humanidades, no atual contexto político social, travam uma verdadeira batalha de reconhecimento da importância de seu papel da construção de uma sociedade mais justa; e a FFLCH deve confirmar sua posição de liderança em todo esse processo.

Metas

  • organizar um seminário de gestores de Pós;

  • propor um seminário de alunos de Pós com o intuito de instruí-los no preenchimento de currículo Lattes e organizar oficinas de escrita científica;

  • reestruturar o setor administrativo de Pós em Letras;

  • viabilizar a implementação de novos programas PROEx.

 

Cultura e Extensão

A FFLCH é a unidade da USP com maior número de estudantes em cursos de extensão universitária; em 2019 chegou a quase nove mil (total 38% maior em relação a 2018), o que confirma sua importância na Universidade e na área das Humanidades. Assim, a valorização das atividades de Cultura e Extensão na FFLCH deve continuar, ampliando e readequando, em função do isolamento social causado pela pandemia, as ações sugeridas, sendo algumas também metas presentes em nosso Projeto Acadêmico:

 
Metas
  • diversificar iniciativas de oferecimento de curso, como os projetos “Cursos de Inverno” e “Cursos de Verão”, que têm sido realizados com ampliação da diversidade temática e vêm aumentando a multidisciplinaridade;

  • aumentar a divulgação e o conhecimento sobre a FFLCH por parte da sociedade em geral, principalmente os estudantes do ensino médio, com duas realizações:

    • Projeto “FFLCH de Portas Abertas”: elaborar uma plataforma que propicie uma visita virtual a suas instalações e para conhecer os principais aspectos dos cursos de graduação oferecidos pela FFLCH;

  • Produção de vídeo institucional sobre os cursos de graduação da FFLCH, para ficar como material complementar e permanente ao evento “Feira das Profissões USP”.

 

Em relação a ações culturais que podem ser realizadas:

 
Metas
  • implementar o Projeto “Talentos da FFLCH”: apresentações (lives artísticas) de integrantes da FFLCH (discentes, funcionários e docentes) que tenham talentos artísticos da área da música, teatro, canto, performance, slam, etc. Também poderão ser convidados artistas já profissionais, mas que sejam egressos da FFLCH;

  • organizar um Programa no canal do YouTube da FFLCH com a apresentação e discussão de obras literárias de forma a apresentar as obras numa linguagem mais acessível à população em geral e incentivar sua leitura;

  • propor um Programa no canal do YouTube da FFLCH com a apresentação comentada de vídeos produzidos pelo Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA), que foi contemplado no 4o Edital Santander/PRCEU-USP como o projeto “Catálogo virtual da produção audiovisual do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia”;

  • propor à reitoria a recuperação do Teatro Romano (ao lado do Prédio da Rua do Lago) e recriar o programa de música popular em parceria com a TV Cultura, gravados aos sábados e transmitidos aos domingos de manhã pela TV e ao vivo pelas plataformas digitais.

 

Pesquisa

De modo mais amplo, os desafios da pesquisa na FFLCH nos próximos anos podem ser sintetizados em torno de dois pontos. Em primeiro lugar, o enfrentamento da diminuição do financiamento, sobretudo para as pesquisas na área de humanidades, como revelam as diretrizes recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que se expressam nos últimos editais do CNPq, e na redução progressiva das bolsas de mestrado e doutorado. Serão necessárias políticas agressivas, coordenadas com outras unidades da USP, de modo a desenhar estratégias e planos de ação.

Em segundo lugar, nos próximos anos viveremos com os prejuízos que a pandemia acarretou sobre as pesquisas de campo e de arquivo, muitas delas inviabilizadas e/ou obrigadas a conhecer redefinições drásticas em seu formato, com impacto nos cronogramas estabelecidos e, muitas vezes, na qualidade do trabalho.

No que diz respeito especificamente à Comissão de Pesquisa, temos a intenção de aprimorar as condições de seu funcionamento, para que ela possa cumprir seus objetivos centrais, quais sejam:

Metas 1
  • estimular a pesquisa na FFLCH, nas diversas áreas do conhecimento, bem como o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, desde a iniciação científica até o pós-doutoramento e, para tanto, promover diagnósticos, identificação de carências e facilidades;

  • manter relacionamento com outras entidades de pesquisa, nacionais e internacionais, incentivando o intercâmbio de experiências.

  • Diante dessas metas, é urgente reformular a comissão, dotando-a de uma estrutura de serviços, como ocorre com as demais comissões da FFLCH; equipará-la às suas congêneres significa:

 
Metas 2
  • reconhecer e valorizar a pesquisa na unidade, deixando-a mais ágil e eficiente;

  • coletar e consolidar os dados em relação à pesquisa na FFLCH para a formulação de políticas claras;

  • criar o Escritório de Apoio à Pesquisa Docente. Trata-se da concepção e implementação de um setor, no âmbito da Comissão de Pesquisa, dedicado à gestão de projetos de docentes da FFLCH vinculados às agências de fomento nacionais e à coleta e gestão de informações sobre a pesquisa realizada na Faculdade;

  • desenvolver um portal de dados, concebido a partir de projetos free/open source e disponibilizado no site institucional, capaz de atender a demanda por informações claras, confiáveis e capazes de subsidiar a confecção de relatórios com maior qualidade:

    • integrando-o às plataformas dos sistemas USP, replicando os dados lá existentes sobre a FFLCH;

    • alimentando-o com informações sobre os Laboratórios, Centros, Grupos de Pesquisa e núcleos a fim de dar visibilidade à produção docente;

  • capacitar os funcionários alocados nesse setor:

    • fornecendo suporte na gestão de Projetos Temáticos e Auxílios à Pesquisa FAPESP, já que a agência tem anunciado que não habilitará mais projetos individuais ou coletivos vinculados a unidades que não disponibilizem apoio dessa natureza;

    • implementando os processos de Editais Universais CNPq e outros, principalmente para elaboração de orçamentos e prestação de contas;

    • dinamizando o envolvimento e a interlocução dos pós-doutorandos inscritos no PART-USP, PNPD-CAPES e FAPESP, a partir da elaboração de atividades conjuntas e integradas

    • ampliando a integração com a Pós-Graduação no sentido da coleta, registro e sistematização de informações, melhorando o conhecimento acerca da pesquisa produzida no âmbito da FFLCH, de modo a favorecer a ampla visibilidade dos projetos coletivos em desenvolvimento.

 

Internacionalização

Nos últimos anos, temos acompanhado uma tendência na universidade brasileira: os programas de internacionalização que compreendem ações como: a mobilidade dos estudantes, a ampliação da visibilidade da pesquisa produzida no Brasil e a construção de redes internacionais de pesquisa.

Assim verificamos que nossos alunos de graduação cada vez mais procuram oportunidades de qualificação, usufruindo a possibilidade de viver novas experiências em universidades no exterior. Por sua vez, com o mesmo intuito, também somos procurados por estudantes de diversas partes do mundo, que vêm frequentando os cursos de graduação e também de extensão.

A recepção de professores e pesquisadores estrangeiros na FFLCH têm aumentado consideravelmente, não só pela participação em eventos ocasionais promovidos por nossos colegas, como também pela inscrição para ministrarem cursos de verão, organizados pela CCint.

Mas uma ação que havia se tornado corriqueira e importantíssima, a constituição de redes de pesquisa internacionais em que nossos docentes e alunos de pós-graduação tiveram papel decisivo, sofreu dura agressão. As bolsas sanduiche, a cotutela, os estágios de pós-doutoramento, as bolsas BEPe da Fapesp que eram vetores importantes para a consolidação de nossa pesquisa no exterior, por conta de uma política cruel do governo federal contra as Humanidades, minguaram.

Assim, com essa política deletéria para pesquisa no Brasil, tivemos uma fratura do círculo virtuoso que vínhamos consolidando nos últimos vinte anos. É claro, para todos, que a carência de bolsas e de financiamentos irão nos afetar para a consecução de nossas metas para a internacionalização. Até a nossa agência estadual acabou sendo afetada, pois ficou sobrecarregada com a “falência” do sistema federal, de sorte que a cada dia se torna mais difícil termos nossos projetos aprovados. Diante desse quadro, de um lado temos:

Metas
  • fixar-nos nas metas do projeto acadêmico que, hoje, se tornaram mais complexas:

    • aumentar o número de alunos estrangeiros recebidos nos cursos de graduação de nossa Faculdade;

    • desenvolver estratégias a fim de ampliar o leque de destinos e aumentar o número desses alunos, ainda muito mais baixo em comparação com os alunos recebidos, buscando alternativas para aumentar o número de bolsas de graduação, uma vez que o número de bolsas que recebemos da USP é extremamente baixo;

    • consolidar ao menos cinco acordos internacionais com universidades da América do Norte;

    • consolidar a política de ampliação de acordos com países da América Latina;

    • aumentar a oferta de cursos regulares de português para estrangeiros e de línguas estrangeiras pelo Centro de Línguas, a fim de dar proficiência aos alunos engajados nos programas de mobilidade;

    • organizar uma política de dupla titulação com universidades conveniadas;

    • fortalecer a colaboração entre a CCInt e as demais comissões para melhorar o trabalho de internacionalização;

    • estimular a criação e/ou a participação em grupos de pesquisa internacionais;

  • fortalecer e ampliar a Summer School da CCint/FFLCH;

  • dar continuidade ao apoio à Summer School – IPSA/USP;

  • agendar reuniões com os presidentes das agências de fomento a fim de tentar reverter a situação ora instaurada;

  • construir junto à AUCANI uma política cooperativa 

 

Biblioteca

Considerando que a biblioteca é um “laboratório das humanidades", desempenhando um papel crucial na vida da comunidade acadêmica, faz-se necessário dar continuidade ao projeto de requalificação de seus  espaços e serviços para que a FFLCH possa ter um ambiente propício à leitura, escrita e pensamento que ofereça facilidades e recursos de apoio para a comunidade.

Metas
  1. intensificar os projetos de digitalização das coleções;

  2. ampliar a curadoria de conteúdos, dando continuidade na identificação de fontes de informação assinadas ou de acesso aberto relativas às áreas de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade;

  3. trabalhar em conjunto com a área de informática visando a construção de um repositório de dados da FFLCH, alinhado à política da Universidade;

  4. estreitar as relações com todas as Comissões Estatutárias de modo a disseminar os recursos informacionais disponíveis;

  5. aprimorar os programas de treinamento à comunidade acadêmica;

  6. contribuir com estudos bibliométricos em parceria com outros setores da FFLCH;

  7. oferecer uma agenda cultural, proporcionando espaços de interação e produção de ideias, bem como de  divulgação das atividades desenvolvidas no ensino, pesquisa e extensão da FFLCH;

  8. implementar a instalação de scanners ligados na web em todos os andares da biblioteca, de sorte que os pesquisadores, como ocorre nas bibliotecas acadêmicas do exterior, possam fazer suas cópias e as transmitir para seu e-mail, mantidas naturalmente as regras de direito autoral.

 

Orçamento

O orçamento é elemento vital de gestão. Ele é um instrumento que alcança bem mais do que uma simples relação de recursos financeiros alocados por rubricas. Trata-se de peça fundamental para planejamento, que permite assegurar o financiamento de projetos, além de acompanhar a efetivação das metas ali contidas. É um conjunto de receitas e despesas. As receitas podem ter vinculação com rubrica específica, chamada de “fonte carimbada” ou  podem ser distribuídas de acordo com o planejamento da gestão ouvidos os interessados.

Assim, o orçamento é um instrumento importante que permite alcançar as metas a partir das diretrizes propostas pela gestão, aprovadas em sua instância decisória que no caso da FFLCH é o CTA. Para que isso se torne claro para toda a Faculdade, vamos implementar um instrumento que precederá o Orçamento: o IDO – Instrumento de Diretrizes Orçamentárias, com orientações e procedimentos a fim de possibilitar o conhecimento das formas de elaboração e execução da peça orçamentária. O nosso compromisso é que o IDO se realizará com a ampla e indispensável participação dos departamentos da FFLCH a partir do Conselho Técnico-administrativo.

Nossas prioridades serão:

  • o atingimento das metas contidas nas Políticas Acadêmicas em que estão incluídas no Projeto Acadêmico da Faculdade, dos departamentos e dos docentes, que serão acompanhadas com periodicidade definida;

  • as metas específicas traçadas neste programa de gestão;

  • a manutenção dos espaços físicos da Faculdade, de modo que todos eles, ao final da gestão, tenham adquirido condições plenas de funcionamento, segurança, funcionalidade, conforto e acessibilidade.

A manutenção, a conservação e o aprimoramento desses espaços serão nosso foco principal, de sorte que apenas as obras novas indispensáveis serão realizadas. Tal política visa incrementar o que já foi realizado nos últimos quatro anos pela atual gestão, que deu passo significativo nesse sentido. É sempre importante pensar que quaisquer obras novas requerem também novas verbas orçamentárias de conservação nos anos subsequentes, o que restringe os recursos financeiros de manutenção dos espaços pré-existentes.

É importante destacar que iremos  acompanhar com cuidado a elaboração do Orçamento do Governo do Estado, pois a crise sanitária está impondo uma redução na arrecadação com o consequente impacto na USP e na redistribuição entre as respectivas unidades. Segundo as últimas informações, o orçamento USP teve um encolhimento da ordem de 10%, algo em torno de 500 milhões de reais. Entretanto, isso não significa que esse percentual a menor seja repassado igualmente, na mesma proporção, às unidades da USP, o que gera certo desconforto em nosso planejamento. Por isso, ações restritivas de gasto muito possivelmente deverão ser efetivadas. Contudo, é nosso compromisso a realização integral do orçamentos e, para tanto, é importante que os departamentos implementem políticas sólidas de gastos.

Em geral, o Orçamento suscita o risco de atritar os membros de uma instituição. Contudo, no nosso caso, ele será um instrumento de planejamento e gestão essencial, que, reiteramos, será compartilhado com toda a FFLCH por intermédio dos departamentos. Ele vai sustentar nossos objetivos, dar sinergia ao Projeto Acadêmico e impulsionar o aprimoramento da gestão da nossa Faculdade.

Metas
  • implementar o Instrumento de Diretrizes Orçamentárias - IDO da FFLCH;

  • profissionalizar o orçamento e sua execução;

  • capacitar os setores envolvidos;

  • aprovar o orçamento no CTA, antecedido de discussões em reuniões específicas;

  • construção de metas semestrais para realização orçamentária;

  • observar o Projeto Acadêmico da FFLCH, dos Departamentos e dos Docentes;

  • acompanhar a execução orçamentária dos departamentos em constância necessária com as chefias.

 

Espaços e Equipamentos Didáticos

Metas
  1. Manutenção; Reformas; Acessibilidade; Segurança e Conforto

  • Prédio de Filosofia e Ciências Sociais: reforma;

  • Prédio Antonio Candido: rotas de fuga; auditório de Letras; teto;

  • Biblioteca: teto e pintura externa;

  • Prédio Eurípides Simões de Paula: salas de aula; tombamento e lei Rouanet

  • Ocupação dos Espaços: rediscussão sobre a utilização – xerox, associações, lojinhas, lanchonetes etc;

  • Intensificação do Diálogo com a Superintendência do Espaço Físico (da USP);

  • Ampliação da verba carimbada para manutenção: rediscussão dos critérios da distribuição orçamentária (USP) para conservação predial.

 

Informática

Metas
  • criar um setor especializado nas soluções de tecnologia exclusivamente para o apoio ao docente/aluno que poderá funcionar com um encarregado e monitores/estagiários dando apoio técnico para o uso das tecnologias atuais como Google Classrom, Google Meet, Google Forms, Moodle e outras soluções. O atendimento seria feito via Google Meet, cuja sala ficaria sempre disponível durante o horário das 8 às 20 horas, bastando o professor entrar no link com as credenciais USP; 

  • investir na capacitação dos docentes para uso dessas tecnologias. 

  • criar uma agenda semanal com um treinamento de 2 horas via Google Meet com um programa diferente a cada semana, similar ao suporte a sites que hoje funciona às terças-feiras, das 14 às 17;  

  • viabilizar o uso dos estúdios da Faculdade para a gravação profissional de aulas e disponibilização em canal de cada disciplina, do curso ou da Faculdade. Esse setor também poderá funcionar um encarregado e monitores/estagiários.

  • renovar o parque de computadores de acordo com um estudo de conservação;

  • trabalhar em consonância com os editais/processos licitatórios centrais.

 

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