Caros e caras colegas

Estudantes, Docentes e Funcionário(a)s da FFLCH

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

 

Como candidatos à diretoria desta Faculdade – antes da Consulta Eletrônica que se realizará nos próximos dias 9 e 10 de setembro, entre 9h e 17h – expomos aqui uma síntese de nossas conversas com a comunidade. 

Esta síntese, fruto de um esforço coletivo do qual participaram colegas de diversas áreas e departamentos, continua não sendo um projeto fechado uma vez que o debate da campanha eleitoral nos levou a apefeiçoá-lo no programa proposto quando do lançamento da candidatura. Ela, portanto, contém o núcleo que, ao demarcar os principais desafios do próximo quadriênio, pode ser resumido em oito pontos fundamentais:

1. Reforçar a unidade da FFLCH. Nesta conjuntura crítica, nossa faculdade é o grande baluarte institucional do tipo de conhecimento e dos valores promovidos na grande área de Artes, Humanidades e Ciências Sociais, que congrega, além da nossa, outras unidades da Universidade de São Paulo. Ela também é polo aglutinador das forças sociais, políticas e intelectuais que, dentro e fora da USP, se engajam na defesa da ciência e da reflexão crítica contra todas as formas de obscurantismo, inclusive os ataques desferidos pelas instâncias oficiais (como o PL 529/2020, do governo paulista). Estamos cientes, portanto, de que o destino das humanidades é inseparável do destino da nossa Faculdade

2. Fomentar iniciativas para aprimorar a inclusão acadêmica, na graduação e na pós-graduação. Em vista do desafio de transformar a recente conquista das cotas, nos cursos de graduação, em efetiva inclusão e progresso acadêmicos, cabe promover a generalização de programas como PLEA (Práticas de Leitura e Escrita Acadêmicas); PAECO (Programa de Acolhimento ao Estudante Cotista), Bolsas de IC (FFLCH), monitorias, estágios e a ampliação do acesso a cursos instrumentais de língua estrangeira. Além disso, há que estimular a sinergia dos diferentes campos acadêmicos, através da multiplicação de disciplinas/cursos interdepartamentais. Na pós-graduação, por sua vez, cabe incrementar as condições que permitam o máximo aproveitamento das vagas disponibilizadas pelos docentes-orientadores credenciados em seus respectivos programas, bem como acolher as inciativas de articulação entre programas.

3. Estabelecer prioridades na contratação docente e valorizar a carreira dos docentes em especial dos jovens doutores. Duramente atingida pelas sucessivas medidas de contenção tomadas em diversos níveis de governo, a Faculdade perdeu cerca de 20% de seus quadros nos últimos anos e se vê sob a ameaça de fechamento de disciplinas. Sem abrir mão da luta para reverter essa situação lamentável, há que priorizar, em futuras contratações, as áreas mais atingidas pela falta de professores. Por outro lado, nos processos internos de progressão da carreira, será preciso dar especial atenção à melhora das condições de vida e trabalho dos docentes que ingressaram nos últimos seis anos. Medidas nesse sentido já poderão ser inscritas na progressão horizontal que a Reitoria acaba de lançar, assim como na avaliação quinquenal, razão do Projeto Acadêmico que nossa Faculdade elaborou no ano passado.

4. Aperfeiçoar a transparência do uso dos recursos. Ainda que a recente crise financeira da USP tenha afetado as receitas da Faculdade, observamos nessa última gestão uma melhora substancial de seu aproveitamento no ciclo orçamentário. Com o objetivo de aperfeiçoar a transparência do processo, propomos a elaboração do Instrumento de Diretrizes Orçamentárias, que deve ser encaminhado aos departamentos para ampla discussão e daí ser construída a peça orçamentária pelo CTA. Todos esses passos deverão receber a devida  publicidade, via internet.

5. Lançar urgentemente o Escritório de Pesquisa da FFLCH.  Com estrutura e normas a serem aprovadas pela Congregação, o Escritório de Pesquisa é o instrumento pelo qual os docentes, pós-graduandos e pós-doutores da Faculdade serão auxiliados na busca e gestão dos recursos que, na presente conjuntura, tornaram-se dramaticamente escassos.

6. Dar prosseguimento à política de revitalização de todos os espaços físicos da Faculdade. Além da necessidade de avançar no processo iniciado durante a gestão anterior, a situação da pandemia e da crise sanitária trouxe grande urgência na ampliação dessas obras, adequação e revitalização de todos os espaços da Faculdade, salas de aula, banheiros, biblioteca, salas pró-aluno, laboratórios e setores administrativos. Para tanto, dedicamos nossa capacidade e dotação orçamentária para garantir condições de trabalho e estudos a toda comunidade.

7. Aprimorar a condição de trabalho e nível de satisfação dos servidores técnico-administrativos. Para podermos avançar na dinamização das atividades fim da nossa Faculdade, é fundamental manter abertos os canais de diálogo e integração com e entre os servidores, de modo a permitir que suas capacidades e especializações estejam adequadas aos postos de trabalho disponíveis, buscando a distribuição equilibrada das funções nos mais diversos setores. 

8. Aprofundar a democratização das instâncias decisórias. Isso significa melhorar a qualidade dos processos deliberativos, tornando mais abertos, e menos hierárquicos, os métodos e os canais de participação que discutem os diferentes pontos de vista e as diferentes demandas de nossa comunidade.

 Acreditamos que os próximos quatro anos farão parte de uma quadra histórica que testará a força e a.        persistência do projeto intelectual que nossa Faculdade encarna. Acreditamos também que só o engajamento e a intervenção unitária de todos os seus membros, munidos de um programa claro e factível, serão capazes de decidir esse teste em seu favor. Tal a aposta que instigou nossa postulação ao pleito que se encerra nos próximos dias, e para o qual contamos, prezados e prezadas colegas, com sua participação e apoio.

 

            Saudações universitárias,

            Paulo Martins (para diretor)

            Ana Paula Megiani (para vice-diretora)